Braun x Apple

Pra quem acha o design dos produtos Apple geniais e megaboga fantásticos, futuristas e revolucionários vejam este video:



Jonathan Ive, o "cabeça" do design da Apple tem sim seu crédito, por inspirar seus produtos em objetos tão bem resolvidos. O que eu não concordo é vender design requentado (com muita qualidade, diga-se) como novo e genial, original e bla bla bla.
De novo... não sou contra o design da Apple e não acho plagio nem cópia.

História do Design Automotivo - sec. XX, décadas de 60 e 70

Anos de boom econômico e de crise, em todos os sentidos, crises políticas, sociais, culturais e econômicas. Isso tudo refletiu no desenho dos veículos. Assim como nos anos 30, quando surgiu o Styling, nos anos 60 a estética voltou a ser o fator impulsionante da indústria. Com isso, estúdios foram criados, principalmente na Itália, focados no desenvolvimento estético e aerodinâmico das carrocerias. Nos Estados Unidos essa idéia já estava enraizada, porém designers das próprias montadoras investigavam a forma de seus veículos.

 

Ford Mustang 1967, década de 60 foi marcada pelos muscle cars americanos.

  

Jaguar E-type supercarro simples e num belo "british green".

 

Lamborghini Miura, o primeiro sucesso.

Desta vez fiz um post mais resumido, para quem está pegando o bonde agora, visite o marcador "carros" ou "historia do design" que temos a historia do design automotivo resumida desde o século XIX até o que escrevi neste post.

Redesign

Semana conturbada, não consegui postar na terça, dia em que saem geralmente meus posts, mas aqui estou, dessa vez para falar um pouco sobre redesign.
Tive uma matéria na faculdade que praticamente tratou só desse assunto, que eu acho demais. Basicamente é assim: você parte de um produto que já tem sua função, sua linguagem e seu desenho. Com o desenvolvimento tecnológico, mudanças culturais e sociais, esse desenho muda.
Como primeiro exemplo, vou falar da guitarra, que nada mais é do que um violão que sofreu um redesign pela mudança de tecnologia. Enquanto no violão escuta-se o som pela amplificação das ondas sonoras dentro da caixa acústica, na guitarra o som é obtido pela captação da vibração das cordas metálicas pelos captadores. Com isso, a caixa acústica espaçosa não era mais necessária, porém o design clássico de guitarra, remete ao do violão. Em português até têm nomes diferentes mas essa relação fica mais compreensivel em outras linguas, como espanhol e inglês, onde os dois instrumentos são diferenciados apenas como guitarra acustica e guitarra elétrica.
Segundo exemplo: o contrabaixo, ou baixo...esse eu conheço bem. O processo é análogo ao da guitarra, porém o instrumento que deu origem foi o contrabaixo acustico usado em orquestras e bandas de jazz no inicio do século XX. Quando Fender inventou o baixo elétrico, pensou na precisão das notas, já que o baixo acustico não possui trastes (os ferrinhos no braço que definem as casas), e na redução do tamanho do instrumento, já que a caixa acústica original é enorme para conseguir amplificar as notas graves desse instrumento. Quando o novo instrumento foi criado, já existia a guitarra elétrica e seu desenho seguiu a mesma linguagem.
Carros: não preciso falar muito disso né? Decidiram trocar cavalos por uma caixa mágica que faz as coisas se mexerem sozinhas....deu no que deu
Arenas: não tenho muito o que falar, aqui, acho legal dizer que os romanos tinham metodos de projeto muito avançados para arenas, usados até hoje (claro que adaptados) para definir ângulos de observação e quantificação de rotas de fuga, o que mudou mesmo, foram os materiais usados, eles gostavam de usar pedras, tijolos de barro e um tipo diferente de concreto que eles desenvolveram. Atualmente usa-se aço e concreto, e em muitas vezes, nas coberturas, estruturas tensionadas ou atirantadas.

Tocadores de música móvel: Espero que os applemaníacos não surtem com essa comparação, mas ela é válida, porque o walkman era, nos anos 80 um sinônimo para música individual, o que é ipod hoje em dia. Um belo exemplo de como a tecnologia pode mudar o desenho. Com o Walkman o tamanho dos do tocador de fita K7 limitava a miniaturalização do objeto, enquanto o Ipod mais de 20 anos depois possibilita escutar mp3, ver videos e até navegação na internet em menos de meio centímetro de espessura, fazendo a música individual ser apenas um diferencial do produto, não sua função principal. Como um professor meu disse, a Apple não costuma ter idéias muito originais, mesmo quando se refere a design, eles apenas estudam a história e buscam referencias e as melhoram. E fizeram isso resgatando a idéia de música individual do walkman e aplicando um design minimalista, simples e funcional, que em muito lembra os eletrodomésticos dos anos 60 e 70-buscar referencias no passado e melhorá-las.
Acho legal como as gigantes tecnológicas Apple e Google refletem como buscamos simplicidade nesse caos que é tanto a vida virtual quanto a real. Um contraponto à desorientação pósmoderna.

Nike e Adidas Copa de 2002

Essa é a primeira vez que vou falar aqui no blog de uma coisa que gosto muito: futebol! Muita gente, pseudointelectual tenta (e não consegue) viver num mundo a parte disso. Claro que muitos não gostam simplesmente porque não gostam ou tem motivos pessoais plausíveis. Mas enfim, trouxe o futebol hoje para discutir um assunto relacionado ao design.
A Copa do Mundo de 2002 aconteceu quando eu estava no segundo colegial (não consigo falar ensino médio, desculpe) e pra mim uma coisa ficou bem marcante: o uniforme uniforme das seleções.

Desde os 4 ou 5 anos assistia muito Formula 1, analisando os carros e as suas pinturas foi o meu despertar para o design, e depois de um tempo (demorei pra gostar de verdade de futebol) passei a analisar os uniformes dos times de futebol e as vestimentas de variados esportes.

Era impossível não perceber as semelhanças GRITANTES entre algumas seleções no campo de jogo. Os uniformes do Brasil, E.U.A. , Portugal, Rússia e Croácia por exemplo, eram exatamente iguais na sua forma, mudando apenas os emblemas, cores e alguns detalhes.
Hoje entendo melhor o que na época já desconfiava.
Dessa forma as grandes industrias de materiais esportivos podiam produzir mais barato sem mudar o preço que vale uma camisa de seleção, e claro, eficientemente acaba criando uma identidade de marca. Não acho que sejam a toa esses vários gráficos pontiagudos nas camisas que fazem clara alusão à própria Logomarca da Nike.
Há os que odeiam e os que gostam. Esse design da camisa da Nike de 2002 achei muito agressivo e demorei pra digerir mas quando me acostumei eu gostei.
Esse mesmo design foi transposto para camisas de clubes, inclusive do glorioso e todo poderosos Corinthians!!! porem nas camisas de clubes as caracteristicas setas que emolduravam a parte frontal das camisas ficavam da mesma cor da camisa.

Seleção americana, copa de 2002 - preste atenção no triângulo vermelho, a risca que vem desde as costas e a risca branca no calção.

Seleção de Portugal e Coreia do Sul, copa de 2002 - agora vejam que os triângulos e as riscas se repetem, e no calção português a mesma risca do americano.


Croácia, copa de 2002 - Acima o uniforme 1 e abaixo o 2. O caso mais diferente, a famosa toalha de mesa de restaurante italiano não podia ficar contida naqueles 2 triângulos, então se espalhou pela lateral do uniforme. Mas não deixa de ser estranho.

Clubes: acima Timão e abaixo Arsenal. Semelhanças obvias, porém sem os característicos triângulos.

Brasil, copa de 2002 - "Ronaldo"


Coloquei aqui todos exemplos da Nike em 2002, mas a Adidas faz isso há muito tempo e faz até hoje, se olharmos as camisas de Real madrid, Palmeiras, Fluminense e Milan, por exemplo, são iguais.
Por incrível que pareça a nike foi a única marca que apresentou diferenciações de fato nas camisas na Copa de 2006.
Algumas imagens peguei de um blog muito interessante chamado: http://erojkit.blogspot.com/
Neste blog você encontra camisas de times de todos os tempos e países. Pra quem curte é um prato cheio.

História do Design Automotivo - Séc. XX - 1945 - 1960

A Segunda Guerra Mundial destruiu a Europa, certo? Todos sabemos, que as industrias americanas se aproveitaram desse momento para invadir o Velho Mundo com o "American Way of life". Claro que nem tudo é tão nefasto assim, os europeus realmente não tinham condições de produzir e, no caso dos meios de transporte, tudo havia sido desperdiçado na guerra.

Os primeiros a despertarem dessa idade das trevas foram os italianos e franceses, com carros compactos e baratos, já adequando seus produtos ao mercado consumidor empobrecido e emergente.
Muito dessa produção foi no improviso, e surgiram ideias geniais. As Scooters, por exemplos, surgiram na Itália, juntando pneus de avião, guidão e garfo de bicicleta, e motores fraquinhos, que não lembro do que são, mas de baixa tecnologia, facil manutenção, etc.
Sugiram na época, os city-cars.. como os MINI (que teve seu remake recém chegado ao Brasil) FIAT 500 (idem).
Quanto ao processo, uma mudança de engenharia mudou a criação das carrocerias. As carrocerias passaram a compartilhar a mesma estrutura com o chassis, enrigecendo o sistema todo. Portanto ficou meio difícil tomar decisões sozinhos, e quem faz carroceria tinha que ter contato constante com a industria e seus engenheiros.
Para facilitar a construção e melhorar a aerodinamica (preocupação incipiente) o paralamas passou a ser integrado ao resto da carroceria, fazendo a frente dos automoveis ficarem com um unico volume.
começaram a fazer sucesso os carros esportivos europeus que hoje são ícones, nem preciso citar nomes.

Nos Estados unidos, a sociedade se tornou uma sociedade de consumo. A populaçõ precisava consumir constantemente para sustentar a industria. Então durgiu o fenômeno do Styling, que é usado até hoje (depois falarei do styling).
O que interessa é que os carros ficaram grandes e ostentosos, para quem o possuisse pudesse mostrar para os outros seu status.

Lambretta 125 A 1946: gambiarra sobre duas rodas...genial


Fiat500(cinquecento ou chtinquechtiento) 1957 - antigo city-car e atual toy-car
Austin mini 1959 - conhecido como Mini Cooper (brinquedo idem ao 500)
Mercedes Sl 300 1954 - na onda dos coupés e spiders de sucesso da época. Eu acho lindo, principalmente as portas asa de gaivota.
Porsche No1 1948 - O início da lenda, com base no nosso querido fusqueta
Cadillac Sixty Special 1948 - Luxo e status...

História do design automotivo - Séc. XX 1930-1945

1929 trouxe o caos econômico ao paraíso americano. Isso mexeu com a indústria automotiva que estava indo de vento em polpa e o carro já era um produto industrial popularizado. A década de 30 marcada pela crise e recuperação economica intervencionista se viu marcada no design automotivo pelo surgimento do "styling", ou seja, os primeiros "designers", ou como a tradução ao pé da letra sugere...estilistas. E, como mencionado antes neste blog, carros extremamente populares, como nosso querido fusca.
Os estudos estéticos eram feitos visando o mercado consumidor, e para agregar valor ao produto. Despontaram as primeiras lendas do Design, como os italianos Pininfarina e Bertoni, Auxiliados por estudos recentes de aerodinânmica.
Nos Estados Unidos a aerodinâmica e a engenharia aeronáutica influenciaram a corrente "streamline", que exaltava os aspectos estéticos e de desempenho dos carros aerodinamicamente corretos.
O interior do automóvel começou a ser projetado com mais cuidado, visando maior conforto do condutor e assumindo características próprias de um veículo, e não apenas um redesenho do mobiliário residencial.

1934 - Citroen Traction Avant

Concebido por Flaminio Bertoni através de um modelo de plasticina, ou seja, em 3 dimensões pela primeira vez, proporcionando uma boa solução estética e aerodinâmica. A revolução deste modelo, como sugere o nome, é a tração nas rodas dianteiras, carroceria inteiramente em aço, entre outros avanços técnicos.

1934 - Mercedes-Benz 500 k

Um grande e luxuoso automovél, porém harmonioso e aerodinâmico. Haviam 3 versoes: roadster, coupé e spider.

1936 - Gilera Rondine

Um exemplo da aerodinâmica aplicada às motocicletas. Sim, eles estavam tentando de tudo! Esta moto foi uma campeã e recordista, seu nome é compartilhado com um avião produzido pelos mesmos caras.

1938 - Citroen 2cv

Design novamente sob controle das mãos de Bertoni, segue os principios de leveza e inovação. Além disso foi encomendado para transportar 4 pessoas e um saco de batatas a 60 km/h (parece piada). Al guns elementos desse carro também parecem piada, como o encosto dos bancos, que eram atirantados no teto, de lona!!! Sim Bertoni, muito leve!

Volkswagen Typ-1

Perfeito.

História do design automotivo - Séc. XX 1920-1930

Com o fim da Grande Guerra a indústria automotiva criou bases e conseguiu prosporar. Estabeleceram-se 2 sistemas, o europeu em que cada marca se dedicava em funções específicas especializando-se e o americano, homogêneo, baseado na quantidade produtiva. Nos dois casos, o gosto estético assumiu uma importância cada vez maior assim como o conforto, aspectos ligados ao design.
As corridas ajudaram a difundir o automóvel pelo mundo, criando a classificação: carro de turismo e carro de corrida.
As motos assumiram personalidade, abandonando aos poucos sua origem na bicicleta.
tivemos a consolidação dos grandes veículos de transporte de carga e pessoas, os caminhões e os ônibus.


Bugatti type 35, veículo que dominou corridas e ajudou a marca com as vendas dos carros de luxo.


Harley-Davidson JDH Two-Cam, as motos assumindo personalidade

História do design automotivo - Séc. XX 1900-1920

Continuando nossa saga automobilística, já nos primeiros anos do século XX, podemos observar um avanço gigantesco em relação aos pioneiros do seculo XIX. As tipologias que seguem até hoje são originadas dos mesmo veículos e começaram a se definir nessa época, então, vemos caminhões, ônibus, motocicletas e claro, os automóveis.

Henry ford com o "modelo A" faz o primeiro carro "popular" da história depois inicia a produção em massa e produz carros padronizados e simplificados, os famosos "modeloT". Essa grande produção disseminou o uso do automóvel assim como a propaganda feita pelas corridas (carros pilotados por homens completamente sem cérebro na época)que mexiam com a angustia do ser humano pela velocidade e a ambição de viagens mais rápidas.

Para se ter noção, antes de 1910 já existiam carros que ultrapassavam 200km/h, não sei pra vocês, mas pra mim isso é uma idéia completamente insana de se imaginar!!!ainda se usava chapeu nessa época!!!
Os acessórios também evoluíram...no principio, acentos e faróis não passavam de sofás e lamparinas, dependuradas numacarroça. Esses elementos adquiridos do design do mobiliario de uma casa comecou a tomar forma e uma linguagem própria do mundo automotivo, assim que as tecnologias aumentam.

vale lembrar que nessa epoca a borracha tava em alta, e isso modificou as rodas com a chegada dos peus, ainda brancos em alguns casos (a borracha, pra quem não sabe tem a cor branca de origem)
Vemos ainda, uma preocupação pioneira com a aerodinâmica, no exemplo abaixo do Alfa Romeo Castagna.

Ford Model T (1908)

Um dos muitos exemplares do modelo T da Ford, carro revolucionário, tanto por seu design quanto por seus métodos de produção

Blitzen-Benz(1909)

Simplesmente quebrou o recorde mundial de velocidade em uma milha: 228,1km/h... detalhe, em 1911!!!! Recorde mantido até 1922

Alfa Romeo Castagna(1913)

Demonstração da importancia que algum visionário deu pra aerodinâmica...provavelmente alguém foi chamado de maluco...

Harley-Davidson Serial 1 Bike (1903)

Primeira Harley-Davidson, praticamente uma bicicleta motorizada!!!

em breve, décadas de 30 e 40!!!

História do design automotivo - Séc. XIX

Antes que a cabeça de muita gente explôda, sim...existem carros desde do século XIX, e o primeiro carro do mundo não foi o Modelo T de Henry Ford.
Isso mostra como aprendemos muitas coisas equivocadamente.
Nossa historia começa um pouco antes...no século XVIII.
A busca incessante pela "carruagem-sem-cavalos" persistia na Europa há muito tempo. Quando as engenhocas da primeira fase da Revolução Industrial permitiram (principalmente o motor à vapor), máquinas foram construidas para que pudéssemos eliminar nossos amigos equinos das ruas, para talvez assim melhorar a qualidade do ar urbano e evitar que sujassem mto os sapatos.
O que aconteceu, entretanto, é o que acontece em 97,5% das vezes que se tenta inventar algo...inventa-se outra coisa!...Assim surgiu a locomotiva a vapor, mas essa é uma outra historia, para outro post.



Esse processo pode ser definido como "redesenho". A partir de um objeto já existente e procurando otimizá-lo por quais quer questões.
Isso ocorreu novamente com as carruagens no fim do século XIX, quando a evolução da tecnologia mecânica nos brindou com varios tipos diferentes de motores(elétricos, combustão interna, a gás,...)
Juntamente a isso, outras invenções agregaram-se e permitiram a evolução da carroça para o automovel. Portanto o carro não tem inventor!!!

Temos aqui 2 exemplos dessa fase da industria automotiva:

DAIMLER-MOTOREN GESELLSCHAFT (1896)



FIAT 4HP (1899)



Agora os comentários: ainda recente, o automóvel não nasce com uma linguagem própria...então vemos muitos absurdos visuais que decorrem do empréstimo de materiais e de objetos inteiros de outros setores, como por exemplo o mobiliario residencial. É claro que muito do desenho faz referencia às carroças e carruagens, decorrentes saber fazer adaptado ao redesenho...funcionalidade extrema.
No geral, mudaram a propulsão sem a intenção de mudar o desenho: carruagens sem cavalos...e as vezes até com passageiros de cara um para o outro, sim ...estranho