Pesquisa sem frescura

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Casa Modernista – história viva na Vila Mariana


Em minha latente busca de reafirmação cultural, aonde lentamente vou me deixando encantar pela cidade na qual nasci, e que após longos anos de exílio voltou a me abrigar, embarquei em uma série de excursões arquitetônicas na paulicéia. Meus destinos são de natureza mais variada, da notabilidade mais variada, da proximidade mais variada, mas que sempre evocam o mesmo sentimento de reverencia e entusiasmo, instigando meus anseios acadêmicos até um sentimento de realização sincero.

Nestas ultimas semanas resolvi lançar meu escopo sobre minha própria vizinhança, mais especificamente no Parque Modernista. Este verdadeiro símbolo da evolução da arquitetura nacional, onipresente em tantas aulas e peças de bibliografia, ainda tinha muitas surpresas como legado.

Me reservarei portanto a aspectos desta visita que foram não só novidade mas, momentos memoráveis de minha experiência como estudante de arquitetura.

Creio que nada poderia simbolizar este sentimento como as grades nas janelas da Casa Modernista. A principio pensei que se tratasse de alguma proteção contra o vandalismo, já que a casa foi somente aberta ao público em 2008 após um longo período de deterioração.

Muito pelo contrário. Gregori Warchavchik vedou todas as aberturas da residência com um sistema de grades e arame para proteger sua família, de etnia judaica, dos vizinhos japoneses durante o período da Segunda Guerra Mundial. E que vizinhos, já que a construção a meros passos de distancia era o Hospital Santa Cruz, hoje propriedade do governo Japonês.



                                     Hospital Santa Cruz: o antigo inimigo estava do outro lado da rua.

Mostrando uma preocupação com a simetria em sua fachada, Gregori Warchavchik se utilizou destas grades até na janela que tampou para preservar o ambiente aonde sua esposa Mina Klabin tocava seu piano. Este ambiente se encontra na extrema direita da foto abaixo.




                   A fachada frontal da Casa Modernista encoberta pela densa vegetação do parque.






                        Detalhe da grade alocada na janela tampada: preocupação com a simetria.



A segunda grande guerra, findada a exatos 55 anos, que apesar de alguns afundamentos de navios em nossas costas teve seus grandes combates somente em continentes distantes, se prova mais viva do que nunca em minha própria vizinhança.

A opção do projeto de restauração foi de manter a causa a par de sua reforma de 1935, mantendo elementos como as grades de proteção.

Fazendo uma alusão a questões colocadas em minhas aulas de restauro, mas para com janelas em Veneza, me pergunto se esta opção foi a correta.

Me pergunto também se existe uma opção correta quanto a restauração, afinal como podemos determinar qual Casa Modernista é a mais importante: o projeto original que burlou os aprovadores em 27?sua primeira construção em 28?sua reforma em 35?ou suas ruínas resultantes do abandono da década de 70 até sua restauração nos anos 2000?

A única certeza é de que sua dependências secundarias ainda esperam, e rogam, por uma intervenção.

5 comentários:

Unknown disse...

q vc acha quanto a restauracao?
hanjoo diz:
hm
acho que é restauracao da obra
mantendo original
e preservando
mas o problema
é que como a obra foi deteriorizado
e foi restaurado de alguns elementos usando nova tecnica
que nao é feito na época
felipe diz:
ahauahauah
eh dificil nao?
a grade nao eh original
hanjoo diz:
isso mesmo
o problema
é que nos vemos a obra da parte estetica igual naquela epoca..mas nos nao podemos sentir a alma desta obra..
hauauh]
felipe diz:
sera?
eu fui la
e me parecia um tanto artificial
talvez vc tenha razao hanjoo
mas tinha outras coisas
q vc conseguia sentira inventividade do arqto
hanjoo diz:
inventividade ?
felipe diz:
sim!
ele inventou tdos os sistemas de caxilhos
e sistema de recolhmiento de arame farpado
hanjoo diz:
entao, o problema é que nós, agora, sabemos desta coisa..
mas naquela época, o autor criou esta coisa muito criativo
mas a questao é, porque nós, quando olhamos grade deste sistema.. nos nao pensamos que é uma obra criativo que ninguem poderia fazer mas nos podemos fazer
opa
eu entendi errado
pera
assim
a questao é sobre o pensamento
felipe diz:
sim
hanjoo diz:
pq nos nao pensamos a mesma coisa naquela epoca que o povo pensava
felipe diz:
na epoca n tinha tecnologia pra fzr casa moderna
entao ele teve q fzre lee mesmo mta coisa
hanjoo diz:
hnm
agora faz print e posta lá
felipe diz:
ahauah que nada
vc q sabe ahauah
hanjoo diz:
é sério

Victor Dariano disse...

preciso passar la qquer dia desses...gostei bastante do post!!!
interessante mesmo essa função das grades, quase que se perdem no tempo...

Unknown disse...

Eu as ignorei completamente quando cheguei! e tem tantos outros detalhes como os interruptores, os caxilhos que ele projetou por falta de mao de obra qualificada!tem ate uma porta eletrica dele!é um passeio que vale a pena, para quem gosta de arquitetura é claro

Arthur Francisco disse...

Nossa, nunca fui à casa modernista... :(

Cicatrizes do Tempo disse...

ACHO QUE VOU LÁ NESSE SEMESTRE. VISITA DA MATÉRIA OPTATIVA DO COELHO.
FICO IMAGINANDO COMO ERA O ENTORNO NOS ANOS 20. DE REPENTE APARECCE ESSE SENHOR COM ESSA "CASA ESTRANHA". FICO IMAGINANDO AS REAÇÕES DAS PESSOAS DA ÉPOCA.