Pesquisa sem frescura

quarta-feira, 10 de março de 2010

Racing War Painting

 Uma das coisas que mais captavam a minha imaginação e a minha memória visual quando  pequeno eram as pinturas dos carros de corrida. Não vou estender muito o assunto porque o Leonel pode contribuir com isso mais tarde, com mais referências e estudando com mais profundidade. Mas o que eu queria adiantar é que esse é um universo tão legal e inexplorado...
Quando pequeno era viciado em Formula 1 principalmente por causa do Ayrton Senna, mas não só por ele e pelos acidentes que adorava ver acontecendo (fiquei culpado por gostar de acidentes quando ele morreu) mas também pelas pinturas cativantes e agressivas dos carros. Interessante é que essas pinturas eram e são até hoje uma ferramenta de marketing de empresas, e se projetadas com cuidado viram verdadeiras identidades visuais.
Para ilustrar isso vou apresentar o caso da Marlboro. É claro que uma marca de cigarros, patrocinando esporte não é a coisa mais óbvia ou certa. Tanto que eu quando pequeno tinha consciência que não era muito legal fumar, mas eu pensava assim "nunca irei fumar, mas se eu fosse algum dia fumar seria um marlboro". Sendo uma estratégia de marketing correta ou não, o fato é que a identidade da marca aplicada no automobilismo faz sucesso a décadas com o mesmo layout. (em time que está ganhando...)
Na Fórmula 1,  no início dos anos 90, McLaren  do Senna

Na Indy, equipe Penske (na foto, carro do Emerson num teste que o Senna fez na Indy em 92)

E na Indy até ano passado (esse ano foi proibida propaganda tabagista, a exemploda F1 e a Penske mudou a pintura assim como a MacLaren o fez em 1997)


Aplicação em carro de turismo

Identidade visual aplicada em motos tambem

E em categorias que nem faço ideia do que sejam...

O fato é que pintura de carros de corrida é design gráfico aplicado em objetos 3d e isso por si só é interessantisimo e deveria ser mais estudado. Que tal então comprar um livro? Recomendo este aqui:

Go Faster, é o livro de um professor de Design Gráfico alemão sobre o assunto, assistam esse video e vejam o quão interessante pode ser a abordagem academica sobre este assunto. O livro mostra os carros dos anos 70 que tinham em suas pinturas um caráter caótico, assimétrico e agressivo que o mais importante era parecer ser rápido, intimidar, como uma pintura de guerra tribal.

7 comentários:

Victor Dariano disse...

lembrete....falar sobre gestalt depois...essa identidade visual da marlboro é um exemplo f*** disso

Arthur Francisco disse...

É realmente marcante. Em uma lição sobre comunicação, fica claro que o tempo de persistência, juntamente com a uniformidade da difusão são responsáveis pela consolidação de significados por signos. Parece que o próprio marketing acaba sofrendo com a excessiva renovação nas campanhas mais atuais.

Agora... é o logotipo da Honda na primeira foto? Não é um McLaren?

Leonel Mattera disse...

Talvez seja a pintura mais clássica da história do automobilismo. Podemos nos orgulhar pois essa marca esteve presente em grandes momentos do automobilismo brasileiro.

-Patrocinando Emerson Fittipaldi nas vitórias em 74 no campeonato de f1, em 89 no título da indy, na indy 500 de 1989 e 1993.

-Com Ayrton Senna em 88, 90 e 91

-Com Gil de Ferran no título da Cart de 2000 e 2001 e na Indy 500 de 2003

-Com Helio Castroneves nas 500 milhas de 2001, 2002 e 2009

Leonel Mattera disse...

Só prá esclarecer, o Senna foi campeão as 3 vezes usando motor Honda mesmo. Hoje a Mclaren usa o motor Mercedes.

Victor Dariano disse...

é isso mesmo Arthur... a marca honda na primeira foto refere-se ao motor do carro, geralmente as equipes de F1 nao fabricam o proprio motor, a nao ser que sejam montadoras, como ferrari etc...

Arthur Francisco disse...

Saquei! Pra mim a McLaren sempre foi Mercedes...

Unknown disse...

Realmente isso é um assunto que parece nunca ter sido retratado com a profundidade que merece! o livro parece mto interessante!!